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Sem coleta antecipada de lixo para prevenir enchente, moradores viram garis às vésperas do Natal

A antevéspera de Natal em Campos exigiu da população, mas não das autoridades, um trabalho além da produção da ceia natalina. A forte chuva, conhecida e anunciada pela Defesa Civil desde quinta-feira (19), caiu forte na noite desta segunda (23), mas, a despeito de ser aguardada há três dias, o poder público não antecipou a coleta de lixo – como há anos já ocorre no Rio de Janeiro, por exemplo, sendo esta uma das formas de prevenção às enchentes. Com isso, pontos históricos de alagamento ficaram com os bueiros obstruídos, dificultando ainda mais o escoamento das águas da chuva.

Foi o caso da esquina das ruas Benta Pereira com Barão da Lagoa Dourada. Em vez de garis e guardas municipais para coordenar o trânsito, coube aos moradores encararem a chuva para desentupir bueiros, e só assim aliviar o alagamento que já invadia as residências – conforme mostram imagens enviadas por leitores do Portal Goytacazes. Em um dos prédios, o portão da garagem chegou a quebrar ao ser acionado diante da força das águas e de um saco lixo agarrado ao equipamento.

Portão quebra diante da força da enchente. Foto do leitor

Enquanto isso, o vice-prefeito de Campos, Frederico Paes, percorria diversos pontos da cidade para acompanhar de perto os impactos das chuvas. Em suas redes sociais, Paes falou sobre a complexidade do sistema de drenagem de um município como Campos, argumentando que nenhuma cidade plana seria capaz de suportar um volume pluvial tão elevado sem apresentar dificuldades. Na quinta-feira, porém, a própria Defesa Civil do município já havia alterado a população (e pelo visto, não as próprias autarquias municipais) sobre os riscos da chuva que se avizinhava.

Mas, segundo Paes, houve manutenção e limpeza dos canais da cidade, realizadas com o apoio das Secretarias de Limpeza Pública, Obras, Defesa Civil e Agricultura, mesmo sendo uma obrigação do Estado. Segundo ele, essas intervenções reduziram significativamente o tempo para as águas baixarem após os alagamentos. Apesar dos avanços, o vice-prefeito culpou ocupações irregulares ao longo das últimas décadas pelos pontos vulneráveis na cidade. Ele também reafirmou o compromisso da gestão municipal em continuar trabalhando para mitigar os danos e priorizar soluções de longo prazo.