Profissionais de saúde participam de capacitação sobre controle da tuberculose
A descentralização das ações do Programa de Controle da Tuberculose para a Atenção Primária à Saúde (APS) foi tema de capacitação para enfermeiros e médicos da Estratégia e Saúde da Família (ESF). O encontro aconteceu no auditório do Conselho Municipal de Saúde. Com tema “Capacitação para Descentralização do Atendimento de Tuberculose – abordagem prática”, o treinamento foi ministrado pelo infectologista e diretor da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS), Rodrigo Carneiro.
Segundo o especialista, a tuberculose permanece como importante problema de saúde pública em todo o Brasil e, o Rio de Janeiro, historicamente, é um estado com um grande número de casos da doença. Em Campos, nota-se a elevação de notificações desde o ano de 2018 e, isso é fruto, certamente, do aumento do número de casos, mas também da maior sensibilidade da vigilância.
“Historicamente, os centros de tuberculose centralizavam o atendimento, o tratamento e o seguimento dos pacientes com a doença, mas, recentemente o Ministério da Saúde recomendou que as Unidades Básicas de Saúde assumam esse seguimento de pacientes de baixa complexidade. Em Campos, estamos adotando essa estratégia, visto que temos uma rede de Atenção Primária à Saúde que está bastante ramificada, com a abertura de novas unidades e, com isso, visualizamos que essa estratégia pode ser bem aproveitada no município”, explica Rodrigo.
As equipes da Atenção Primária à Saúde estão sendo capacitadas para o acolhimento e identificação dos casos suspeitos de tuberculose. Também irão fazer o diagnóstico da doença, através de parceria com o laboratório regional do Hospital Geral de Guarus (HGG). O tratamento será feito na rede básica, tendo o suporte do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, que vai fornecer as drogas. Com isso, as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF/UBS) terão autonomia para acolher e diagnosticar os pacientes em Campos.
“E, o mais importante, as Unidades Básicas de Saúde fazem parte da nossa rede de saúde e teremos o Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), o Programa Municipal de Controle da Tuberculose e a Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS), dando todo o suporte técnico para que elas possam abraçar essa causa, acolher esses pacientes e, com isso, aumentar a comodidade da população, que não vai precisar se deslocar até o programa de tuberculose para ter o seu atendimento, o seu tratamento”, disse.
Inicialmente, a Secretaria de Saúde vai começar a descentralização em 20 Unidades Básicas de Saúde da Família e irá ampliar progressivamente num período de seis meses. “A capacitação foi excelente e estamos com expectativa muito grande para receber a descentralização, porque é um serviço que nunca fizemos na unidade. Estamos nos preparando, pois o município é muito grande e não dava para o programa ficar centralizando tudo”, disse a enfermeira da UBSF do Parque Aldeia e pós-graduada em saúde da família, Keity Magalhaes.