Economia

OSX diz que ainda tenta resolução amigável com Porto de Açu

A OSX confirmou que tomou conhecimento da decisão da 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que deferiu seu novo pedido de recuperação judicial.

“Em que pese a decisão favorável, a companhia informa que empregará seus melhores esforços para obter uma composição amigável com a Porto de Açu Operações e demais credores envolvidos”, afirma a companhia, em comunicado.

A empresa diz, ainda que o pedido de recuperação judicial será submetido à ratificação de assembleia de acionistas que será convocada. A OSX terá 60 dias para apresentar o plano de recuperação.

A companhia, última sob comando do empresário Eike Batista, entrou com pedido de recuperação após o Porto de Açu, em São João da Barra (RJ), não prorrogar o acordo de suspensão de cobranças que havia sido assinado em 2018.

OSX, de Eike Batista, entra em recuperação judicial pela 2ª vez

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o novo pedido de recuperação judicial da OSX, empresa de Eike Batista. O pedido havia sido protocolado no sábado, 20, na 3ª Vara Empresarial do TJ-RJ.

Essa é a segunda vez que a companhia de construção naval entra em recuperação judicial. A primeira foi entre 2013 e 2020.

À Justiça, a OSX afirmou ter aproximadamente 7,9 bilhões de reais em dívidas.

O Porto do Açu, administrado pela empresa de logística Prumo, e a Caixa Econômica Federal são alguns dos principais credores da empresa de Eike.

Segundo a Folha de S. Paulo, o juiz Luiz Alberto Carvalho Alves deferiu parcialmente o pedido de recuperação judicial da OSX.

Além de suspender a exigibilidade de algumas obrigações cobradas do Grupo OSX, o magistrado proibiu que os credores suspendam o fornecimento de serviços essenciais, exigiu a suspensão da publicidade de protestos e restringiu os cadastros no SCPC e no Serasa.

A decisão também determinou que a OSX centralize os depósitos dos aluguéis da área utilizada no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, em uma conta do banco Santander. A empresa de Eike Batista ocupa 3 km² dos 120 km² que são administrados pela Prumo.

OSX, uma “empresa zumbi”
Ao contestar a suspensão da cobrança de dívidas da OSX na Justiça, a Caixa Econômica Federal afirmou que a companhia de estaleiros fundada por Eike Batista sobrevive como uma “empresa zumbi”, utilizando mecanismos que pausam temporariamente a cobranças de débitos de forma “abusiva” para protelar o pagamento aos credores.

Em novembro de 2023, o juiz Paulo Assed, da 3ª Vara Empresarial do TJ-RJ, atendeu a um pedido da empresa para suspender dívidas em caráter liminar, após a OSX receber uma cobrança de 400 milhões de reais da Prumo.

Um acordo de 2018 entre as duas empresas foi sustado pela Prumo em outubro, sob a alegação de que a companhia de estaleiros de Eike nunca pagou pelo uso do porto.

A Caixa tentou derrubar a liminar que deu 60 dias para a realização de um novo acordo entre OSX e Prumo.

A primeira recuperação judicial da OSX
A OSX teve um pedido de recuperação judicial aceito em 2013, com um endividamento superior a 4,5 bilhões de reais, e que foi concluído em 2020 após um acordo de credores.

Na época, a empresa de Eike Batista disse ter enfrentado desafios financeiros e operacionais relacionados à crise econômica global e à queda dos preços internacional de petróleo.

*Com informações do Valor Econômico