Opinião: políticos com pauta única – e nunca em prol do cidadão – são alerta ao eleitor
Os deputados federais que protagonizaram recentemente protestos considerados ridículos no Congresso Nacional oferecem um exemplo claro de como o comportamento parlamentar deve ser avaliado com seriedade pelo eleitor. A maneira como parlamentares usam seu mandato revela prioridades — e essas devem ser espelhadas no momento do voto. Em vez de se debruçarem sobre propostas que impactam diretamente a vida do povo, muitos vêm apostando em gestos declaratórios, teatrais e politizados, ignorando pautas urgentes e relevantes.
Deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro tomaram a Mesa Diretora da Câmara e colaram fitas adesivas na boca, encenando um protesto contra o Supremo Tribunal Federal, motivado especialmente pelas decisões judiciais contra Bolsonaro. A cena beirou o surrealismo político, paralisa o andamento dos trabalhos legislativos e desvia a atenção de temas sérios que aguardam votação.
Enquanto isso, propostas que beneficiariam milhões de brasileiros seguem travadas. A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil, por exemplo, poderia aliviar a carga tributária das camadas mais pobres da população. Outro projeto esquecido na pauta é o que visa pôr fim à escala abusiva de trabalho 6×1 — uma realidade cruel para muitos trabalhadores brasileiros que mal têm tempo para descansar.
Ao priorizarem a libertação de Bolsonaro como a única agenda, esses deputados ignoram a obrigação básica de representar os interesses do cidadão comum. É um desrespeito com quem trabalha, paga impostos e espera soluções concretas de seus representantes.
O eleitor precisa estar atento. Quando os parlamentares trocam o debate de políticas públicas por performances partidárias, quem perde é o povo. É fundamental lembrar nas próximas eleições quem realmente trabalha pelas necessidades coletivas e quem apenas se coloca a serviço de uma agenda pessoal ou ideológica. A democracia exige vigilância — e o voto consciente é o maior instrumento de cobrança.