O fenômeno dos “morangos do amor”: como as mídias sociais potencializam o empreendedorismo e criam tendências virais
O fenômeno dos “morangos do amor” revela como as mídias sociais revolucionaram o empreendedorismo e a criação de tendências virais na atualidade. O doce mistura morango fresco envolto em brigadeiro branco e coberto por uma crosta de caramelo vermelho, uma releitura moderna da clássica maçã do amor. Mas seu sucesso recente no Brasil vai além de uma simples moda gastronômica: é um exemplo claro do poder das redes sociais na transformação de negócios e comportamentos de consumo.
O doce ganhou destaque nas plataformas como TikTok e Instagram em julho de 2025, com vídeos que mostravam a textura, o contraste de sabores e o brilho da cobertura, estimulando curiosidade e desejo imediato. Esse apelo visual, aliado à sensação de nostalgia com um toque contemporâneo, gerou milhares de postagens, resultando em grande procura nas confeitarias, onde os estoques esgotavam rapidamente e filas se formavam. O resultado foi uma rápida adaptação das empresas, que passaram a usar sistemas digitais para reservas devido à demanda explosiva.
Em pouco tempo, confeitarias em várias regiões já reportavam vendas diárias na casa das centenas ou milhares, e a inspiração gerou variações do doce, como o “maracujá do amor”. O impacto econômico foi imediato, gerando contratação de pessoal, criação de canais próprios de venda e aumento significativo do faturamento. Em Natal, por exemplo, uma empreendedora chegou a registrar um faturamento de até R$13 mil por dia. Pequenos negócios aproveitaram para testar, ajustar e ampliar suas ofertas a partir das reações instantâneas do público.
Em Campos dos Goytacazes, uma confeitaria local sentiu esse impacto direto. A “Doce Encanto” viu seu atendimento dobrar em questão de semanas após viralizar um vídeo que mostrava a preparação dos morangos do amor, destacando o sabor único e a apresentação diferenciada. Para dar conta da demanda, a proprietária investiu em sistemas de pedidos online e contratou mais funcionários temporários. A repercussão nas redes sociais não só trouxe clientes da própria cidade, mas também cidades vizinhas, criando uma rota gastronômica que incentivou o comércio local e reforçou a importância da adaptação digital para o crescimento dos pequenos negócios na região.
As mídias sociais atuaram como motor desse processo, permitindo que os empreendedores observassem tendências, validassem suas ideias com vídeos e conteúdo atraente, e escalassem a produção conforme a demanda. A conexão direta que essas plataformas proporcionam entre consumidores e produtores cria um senso de comunidade e engajamento que impulsiona o alcance orgânico. Influenciadores digitais, reposts e desafios colaborativos amplificam ainda mais esse efeito, levando rapidamente modas do ambiente online para o consumo físico.
Esse fenômeno dos “morangos do amor” evidencia um padrão comum a muitas modas virais recentes: produtos visualmente atraentes, fáceis de produzir e que evocam emoções ou nostalgia, potencializados por microinfluenciadores e uma forte interação coletiva. A experiência que combina o digital e o físico, por meio das redes e das lojas, reforça o papel das mídias sociais como agentes essenciais na formação de comportamentos e estratégias de mercado.
Portanto, o sucesso dos “morangos do amor” demonstra que ideias simples, quando bem apresentadas e inseridas em um ambiente digital engajado, podem gerar oportunidades de negócios significativas e modas duradouras, moldando o empreendedorismo e as tendências no Brasil e no mundo atual.