MST desocupa fazenda em Campos dos Goytacazes após pressão policial
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerrou a ocupação da Fazenda Santa Luzia, pertencente à Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes (RJ), após forte pressão policial. A ação, que havia começado na segunda-feira (10) com cerca de 400 famílias, durou menos de 48 horas.
O MST ocupou a área para pressionar o governo a acelerar o processo de reforma agrária. O movimento alega que a Usina Sapucaia acumula dívidas superiores a R$ 200 milhões com a União, incluindo mais de R$ 90 milhões em débitos previdenciários. As famílias reivindicam a conclusão do processo de adjudicação de duas matrículas que tramitam no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA-RJ).
A Coagro, cooperativa que arrenda as terras da Usina Sapucaia desde 2013, emitiu um comunicado repudiando a ocupação, afirmando que as áreas são produtivas e fundamentais para a geração de empregos na região. A Câmara de Vereadores de Campos também se manifestou contra a ação do MST.
A situação permaneceu tensa durante a ocupação, com relatos de ameaças de desocupação por parte da Polícia Militar. Segundo fontes locais, a pressão policial foi determinante para o fim da ocupação.
Esta ação do MST em Campos dos Goytacazes ocorre em um momento de intensificação das atividades do movimento. Recentemente, o presidente Lula anunciou planos de visitar um acampamento do MST em Minas Gerais e fazer anúncios relacionados à reforma agrária. No entanto, o movimento enfrenta crescente oposição, com propostas do governo federal para tipificar suas ocupações como atos de terrorismo.
A desocupação em Campos reflete a complexidade da questão agrária no Brasil, onde conflitos entre movimentos sociais, proprietários rurais e autoridades continuam a moldar o debate sobre reforma agrária e uso da terra.