Morre no Rio o ator Carlos Sebastião Prata, o Grande Otelo Filho, aos 73 anos
O ator Carlos Sebastião Prata, conhecido como Grande Otelo Filho, morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Ele era filho do comediante Grande Otelo, considerado um dos maiores nomes da história do humor e do cinema brasileiro.
A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a morte. Carlos enfrentava complicações de problemas cardíacos.
De acordo com o presidente do SATED/RJ (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio de Janeiro), Hugo Gross, o ator vinha atravessando dificuldades financeiras. Em meio à situação, o sindicato organizou uma arrecadação de fundos para custear o sepultamento.
“O Carlos era uma figura querida, mas estava numa fase difícil. Fizemos essa mobilização para garantir que ele tivesse uma despedida digna”, disse Gross ao g1.
O velório e o enterro estão previstos para acontecer nesta quinta-feira (21), mas os detalhes ainda não foram divulgados.
Carlos Sebastião Prata seguiu os passos do pai no meio artístico, adotando o nome artístico Grande Otelo Filho. Mas quem pensa que ser filho de uma pessoa tão consagrada tornou tudo mais fácil se engana. Durante a sua trajetória, ele passou por altos e baixos e chegou até mesmo a viver nas ruas.
– O meu pai foi uma pessoa incrível, tínhamos uma relação muito próxima. Ele era um grande amigo. Ao mesmo tempo, ser filho de Grande Otelo sempre teve um peso muito grande sobre mim em todos os sentidos. Muitas pessoas se aproximavam por interesse. Também fui muito cobrado e comparado a ele – disse ele ao jornal O Globo em 2021.
Em meio a tanta pressão e à tristeza pela morte do pai, em 1993, Grande Otelo Filho acabou se envolvendo com as drogas e se tornou dependente químico. Por isso, se afastou da família e passou a viver de favor em casas de conhecidos:
– Mas percebi que ninguém queria me conhecer de verdade. As pessoas queriam mesmo era saber do filho do Grande Otelo. Eu tinha recordações do meu pai que até foram roubadas. Foi aí que eu decidi ir para a rua. E aconteceu uma coisa incrível: foi lá que eu conheci pessoas que realmente se importavam comigo e não ligavam para saber de quem eu era filho. Vários moradores me ajudavam e chegavam a dividir a sua comida comigo. Fiquei cerca de três anos morando na rua.
Em 2018, no entanto, sua situação acabou sendo descoberta pelo apresentador Geraldo Luís, que fez uma matéria para seu programa na Record e pagou pela sua internação numa clínica de reabilitação, onde ele permaneceu por sete meses. Foi assim que o ator conseguiu se afastar do vício. Ele, na época, contou que teria conseguido uma participação na novela “Gênesis”, na Record, no papel de um sacerdote.
Fonte: Extra