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Mário Gomes volta à mansão após despejo e diz que está tudo ‘estragado’

Três meses após ser despejado de sua mansão localizado num condomínio de luxo na Joatinga, na Zona Oeste do Rio, Mário Gomes voltou ao imóvel e mostrou como o espaço está hoje. O ator foi retirado da residência em setembro após um leilão judicial para cobrir o valor de uma dívida trabalhista, que se arrastou pelos tribunais do Paraná e do Rio de Janeiro durante anos.

“Olha os coqueiros todos secos, arrancaram tudo, acabaram com o pé de abacate, os maracujás… Está tudo estragado, cheio de mosquito, reclamaram falando que a casa era insalubre, é uma coisa absurda. Roubaram na mão grande, não há como… é de uma desonestidade absurda. Quer comprar casa? Vai comprar no leilão da caixa econômica, não casa que tem gente morando com criança. Mas a casa é boa, então os caras se juntam para vender e dividir o dinheiro. A casa foi arrematada por R$ 700 mil. Como que um juiz faz uma coisa dessas?”, lamentou Mário Gomes em frente a casa.

O processo que originou o leilão se refere a uma ação trabalhista de 84 costureiras contra a empresa de Mário. Na época, a Justiça tentou encontrar o valor da indenização nas contas bancárias do ator e em outros bens, antes de decidir pela penhora e o leilão da mansão. O imóvel foi avaliado por um perito em R$ 1,5 milhão, mas foi arrematado por um valor abaixo, cerca de R$ 720 mil.

Hoje a mansão, já bastante deteriorada, pertence à Associação dos Servidores Públicos Auxiliares dos Governos da União, dos Estados e dos Municípios (ASPAG), que fez o arremate em 26 abril de 2011. No entanto, até agora, nunca tomou posse do imóvel, já que uma série de recursos foi tentada pelo ator e por sua mulher, Raquel Palma.

Ela afirmava que o marido não havia sido citado pela Justiça nem intimado da penhora e sequer sabia da data do leilão. Além disso, num dos recursos ela alega a impenhorabilidade do único bem de família e o valor praticado na venda.

Segundo corretores que atuam no bairro, um imóvel como o de Mário Gomes valeria hoje, se fosse primeira locação, algo em torno dos R$ 20 milhões que ele reclama como valor real de sua ex-mansão. No entanto, a casa, que não foi reformada ou sofreu reparos nos anos posteriores ao leilão, já não teria essa avaliação. Mas, pela localização, vista, estrutura e terreno, ela poderia ser negociada por R$ 12 milhões.

O imóvel debruçado sobre o mar foi vendido por R$ 720 mil para a quitação de uma dívida de R$ 923 mil com as costureiras. A associação, a nova proprietária, também processa Mário Gomes pelas dívidas contraídas enquanto ele permaneceu na casa, como cotas de condomínio e IPTU, num total de R$ 180 mil.

Como se dá o leilão judicial de um imóvel

O especialista em leilão de imóveis e sócio da Smart Leilões, Pierre Henriques, explica como funciona o trâmite para um imóvel ser leiloado: “Primeiro, o imóvel é penhorado para quitar a dívida, avaliado e há um prazo para o executado contestar a avaliação. Depois é nomeado um leiloeiro para realizar o leilão com a publicação de editais e nova intimação do executado. Após a arrematação há ainda um prazo para eventual recurso e é expedida a carta de arrematação, mandado de imissão na posse e o imóvel pode ser registrado no nome do arrematante”, explica o especialista.

O leilão de imóveis acontece para o pagamento forçado de dívidas. O motivo central que pode levar o bem à venda é o não cumprimento de obrigações da parte do devedor. Além de atrasos com o financiamento, fatores como dívidas trabalhistas, falta de pagamento de pensão alimentícia, conduta criminosa e hipoteca ou garantia de dívida também podem levar o proprietário a perder o imóvel. “Os casos trabalhistas acontecem, por exemplo, quando o empregado tem seus direitos negados pelos patrões. Ele pode recorrer na Justiça e, caso o empregador não quite a dívida, o imóvel pode ser penhorado, como aconteceu com Mário Gomes”, explica Pierre.

Fonte: Extra