Macaé é a segunda cidade do Estado com mais jovens; Carapebus é a única da região com mais homens que mulheres
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (27) mais um recorte dos números do Censo 2022. Desta vez, foram divulgadas informações referentes à faixa etária e ao sexo dos brasileiros.
O Norte Fluminense, formada pelos municípios de Campos, São João da Barra, Macaé, São Francisco de Itabapoana, Cardoso Moreira, São Fidélis, Conceição de Macabu, Carapebus e Quissamã, tinha um total de 920.826 habitantes em 1º de agosto de 2022, sendo 477.245 mulheres (52%) e 443.644 homens (48%). Carapebus tem 13.847 pessoas, sendo 6.946 homens (50%) e mulheres 6.901 (50%). Todas as demais cidades da região têm proporção maior de mulheres. Campos tem 253.084 mulheres (52%) e 230.456 (48%) homens.
Macaé, cidade jovem
A cidade mais velha do RJ é Niterói, na Região Metropolitana. Por lá, eram 118,2 idosos para cada 100 crianças em 1o de agosto de 2023. Ela vem seguida de Miguel Pereira (110,5), Itaocara (107,5), Cambuci (106,1) e Italva (106,1).
Por outro lado, a cidade mais jovem do estado é Japeri. A proporção, na data de referência do último Censo, foi de 38,7 idosos para cada 100 crianças. Na sequência, Macaé (40,5), Paraty (44,5), Porto Real (44,8) e Queimados (46,8) registraram a maior proporção de jovens no conjunto da população.
Para o geógrafo William Passos, com especialização doutoral em Estatística pelo IBGE, analista estatístico do NUPERJ/UENF e colaborador da Folha, o envelhecimento populacional, associado à crise econômica do estado do RJ na década de 2010, explicam o baixo ritmo de crescimento demográfico entre os anos 2010 e 2022.
“Em 12 anos, a população fluminense cresceu apenas 0,4%, ou seja, na prática, estatisticamente, não cresceu. Esse crescimento quase nulo, os novos números divulgados hoje pelo IBGE explicam, se deu, além dos fatores econômicos, pelo acelerado ritmo da transição demográfica no Estado, ou seja, a natalidade baixa e a população envelhece aceleradamente. É um processo irreversível, relacionado, sobretudo, ao aumento da escolaridade e da renda feminina. Também é explicado pelo baixo crescimento da economia do estado, num período em que o Rio de Janeiro sofreu os efeitos da crise nacional de 2013/2014 e da crise do petróleo da década de 2010, que, no caso dos municípios do Norte Fluminense, produziram fortes impactos na geração do emprego com carteira assinada em Macaé e na arrecadação de royalties e participações especiais no Estado e nos municípios litorâneos. Com menos oportunidades de trabalho, estes municípios, e o Estado, como um todo, receberam menos imigrantes, o que contribuiu para o envelhecimento populacional. É possível que um número significativo de jovens esteja emigrando do Rio de Janeiro para outros estados brasileiros com mais e melhores oportunidades de trabalho”, explicou.
Censo no Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro é o estado mais feminino do país. Em 1º de agosto de 2022, 52,8% dos fluminenses eram mulheres. O total correspondia a quase 900 mil mulheres a mais do que homens. Além de ser a maior participação relativa entre os estados brasileiros, o percentual de mulheres no RJ também superou às médias nacional (51,5%) e da região Sudeste (51,8%).
Menos homens, mais mulheres
O Rio de Janeiro também é o estado com a menor proporção de homens: eram 89 para cada 100 mulheres no 1o dia de agosto do ano passado. Para a gerente de Demografia do IBGE, Izabel Guimarães Marri, essa redução proporcional do sexo masculino é reflexo do envelhecimento populacional e da maior mortalidade dos homens em todos os grupos etários.
“Nascem mais meninos, mas morrem também mais meninos, principalmente nas idades dos jovens adultos. As causas de mortes dessa população jovem adulta masculina (entre 20 e 40 anos) estão relacionadas a causas não naturais, como violência urbana e acidentes”, explica.
*Com informações do G1