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“Ferrari” acelera em direção ao futuro, mas faz refletir sobre as marcas do passado

“Ferrari”, em cartaz nos cinemas de região, mergulha no mundo do automobilismo para explorar temas universais como tempo e progresso. O filme acompanha Enzo Ferrari (interpretado por Adam Driver), à beira da falência e enfrentando a pressão de transformar a mítica de seus automóveis em produção industrial sustentável.

O roteiro, embora minimizando os aspectos de um típico “filme de esporte”, mantém o encanto pela velocidade e pelo carro, elementos essenciais nessa jornada. O filme habilmente entrelaça o presente opressivo com os vestígios do passado, especialmente através da personagem de Penélope Cruz, que representa a assombração dos atos passados de Enzo.

A narrativa, embora focada na ação, não deixa de explorar a gravidade dos gestos cotidianos, destacando a importância de contextualizá-los historicamente. Com um enquadramento meticuloso e uma mise-en-scène desafiadora, o diretor cria uma obra que transcende o gênero automobilístico, oferecendo uma reflexão profunda sobre a natureza humana e sua relação com o tempo e o progresso.

“Ferrari” é um filme que não apenas acelera em direção ao futuro, mas também nos faz refletir sobre as marcas indeléveis deixadas pelo passado.