Exposição Ribeirar propõe diálogo com referências cotidianas locais
Foi inaugurada no dia 27 de julho a exposição Ribeirar no Sesc Grussaí. Mesclando 67 obras de arte contemporânea em diversas linguagens artísticas, a exposição propõe um diálogo das referências cotidianas locais com o território afetivo-geográfico da região. Para isso, mescla em seu elenco 30 artistas, alguns residentes da região e outros de diferentes localidades do Brasil.
Em cartaz até 13 de outubro, a mostra inaugura a Galeria da Estação, espaço que integra a primeira etapa do projeto que transformará a unidade do Sesc em Grussaí Cultural, um complexo nos moldes de outros museus ao ar livre do mundo. Com a inauguração da Galeria da Estação, o Sesc RJ pretende inserir este equipamento cultural no universo regional e nacional, abrindo novos caminhos para a criação e fruição da arte.
As 67 obras expostas, que têm curadoria de Marcelo Campos e Raquel Fernandes, incluem pinturas, esculturas, instalações, fotografias e obras de audiovisual, que propõem uma conexão entre a arte e as memórias relacionadas ao território.
“A ideia é levar para o campo poético o olhar tão habituado e familiar que normalmente se constrói com as questões que atravessam as populações que vivem à beira” explica o curador Marcelo Campos. “Do mar, do rio, da lagoa e de todas as margens surgem inspirações e abstrações simbólicas que podem a partir da arte ressignificar nossa relação com o espaço.”
No elenco de artistas locais está o escultor Milton Santos, residente de Grussaí. Seu trabalho usa a madeira como matéria-prima para criar obras que mergulham no surrealismo. Parte da produção do artista provêm de materiais encontrados no território, como madeiras que ficam na beira-mar, ou de árvores da região. A paisagem que o cerca também figura enquanto elemento estético em suas esculturas, havendo sempre um diálogo entre o real e o imaginário.
Afinada à obra do artista local, a mostra exibirá também o trabalho de Jeane Terra, natural de Minas Gerais. Sua pesquisa está relacionada às subjetividades da memória, às nuances da transitoriedade das cidades e aos destroços de um tempo, como o apagamento e o crescimento urbano desenfreados. Em trabalhos mais recentes, investiga a ação humana intensa e desenfreada e seus efeitos sobre a paisagem, o clima e a vida na terra. A artista visual é representada pela galeria Anita Schwartz e tem obras expostas em diversos países.