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Estudo mostra que, em média, duas mulheres sofrem violência física por dia em Campos

No município de Campos, houve um aumento de cerca de 12% no número de mulheres que sofreram violência entre 2021 e 2022. No caso de feminicídios, o aumento foi ainda mais acentuado, atingindo 50%. Os dados são provenientes do Dossiê Mulher 2023, divulgado pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ) em 31 de outubro. De acordo com o estudo, em 2022, foram registradas 2.370 mulheres vítimas de violência, em comparação com 2.118 em 2021. Em todo o estado, a Violência Psicológica se destacou como o crime mais frequente entre as mulheres pelo segundo ano consecutivo.

No âmbito de Campos, o Dossiê revela que ocorreram 8 feminicídios em 2022, representando um aumento de 50% em comparação com os 4 feminicídios registrados em 2021. Além disso, 34,8% dos casos de violência em 2022 foram relacionados à violência psicológica, afetando 825 vítimas. A violência física correspondeu a 28,9% dos registros, com um total de 686 vítimas. A violência moral ocupou o terceiro lugar (18,5%), seguida pela violência patrimonial (8,6%) e sexual (6,4%).

No que diz respeito aos tipos de delito, o Dossiê destaca que o crime de ameaça foi o mais comum em 2022, com 731 casos registrados, seguido de lesão corporal (661), injúria (360), violação de domicílio (112) e estupro (106).

O Dossiê também fornece informações sobre o perfil das vítimas em Campos, a maioria das quais eram mulheres brancas (46,7%), com idades entre 30 e 59 anos (53,1%), solteiras (46,5%) e com ensino médio completo (31,7%). A maioria dos crimes ocorreu em casa (59,3%) e foi perpetrada pelo companheiro ou ex-companheiro (56,1%).

A violência psicológica se destacou mais uma vez como o crime predominante entre as mulheres em todo o estado do Rio de Janeiro, afetando 43.594 mulheres em 2022. Mais de metade desses crimes ocorreu em ambiente doméstico e foi cometida, em sua maioria (67,6%), por pessoas conhecidas. A faixa etária predominante das vítimas estava entre 30 e 59 anos, e a maioria delas era negra. Esse cenário reforça a importância de medidas de proteção, incluindo a aplicação da Lei Maria da Penha, principalmente em contextos de violência doméstica e familiar.

O Dossiê destaca a necessidade de conscientização e políticas públicas direcionadas para a proteção e acolhimento das mulheres. O governador Cláudio Castro enfatizou o compromisso do governo estadual com a proteção das mulheres, incluindo iniciativas como a Patrulha Maria da Penha e o aplicativo Rede Mulher, que permite que as mulheres peçam ajuda de forma rápida e eficaz.

Além disso, o Dossiê trouxe uma análise inovadora sobre o perfil etário dos agressores de mulheres no estado. Isso é crucial para o desenvolvimento de medidas preventivas e educacionais direcionadas a grupos específicos. A maioria dos agressores tinha entre 30 e 59 anos, e a análise por idade destacou os diferentes tipos de crimes praticados por grupos etários específicos, como a predominância de violência física entre os mais jovens e violência psicológica entre os mais velhos. A divulgação desses dados visa apoiar a criação de políticas baseadas em evidências para a proteção das mulheres.

Em resumo, os dados apresentados no Dossiê Mulher 2023 são cruciais para entender e abordar a violência contra as mulheres no município de Campos e em todo o estado do Rio de Janeiro, orientando ações e políticas públicas para a proteção e o apoio das vítimas.

*Com informações do ISP