Estudantes de Campos se somam a protestos em todo o país contra a escala 6×1
Um grupo de estudantes da UFF, IFF, Uenf e outras universidades de Campos realizou nesta sexta-feira (15) um protesto contra a escala 6×1 – que poderá ser extinta caso a Proposta de Emenda à Constituição avance no Congresso Nacional. Proposta pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), no entanto, a PEC sofre grande resistência de deputados de direita. Em ao menos 13 capitais do país estão ocorrendo manifestações nas ruas, depois que o tema ganhou força nas redes sociais na última semana. Uma petição online já ultrapassa 2,9 milhões de assinaturas.
Em Campos, os estudantes caminharam pelas ruas do Centro e abordaram motoristas e comerciários – este último, um dos grupos de trabalhadores que mais sofrem com esta escala. Com palavras de ordem e conversas de conscientização, o grupo recebeu diversas manifestações favoráveis nos arredores do Mercado Municipal de Campos.
Políticos de direita pressionados
O apelo em diferentes perfis pressionou deputados de diferentes espectros ideológicos a se posicionarem — a esquerda enxergou o tema como uma forma de se reconectar com a base, ponto criticado nos últimos dias após o resultado das eleições municipais.
A ideia do movimento VAT (Vida Além do Trabalho), idealizado por Rick Azevedo (PSOL), com os protestos é continuar pressionando os deputados. Há uma preocupação da proposta não avançar na Câmara. Outras nove PECs sobre redução de jornada já foram engavetas no Congresso Nacional. O fundador do VAT foi eleito vereador no Rio pelo PSOL.
Após sucesso nas redes, protestos por PEC contra 6×1 testam força nas ruas
Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Manaus são algumas das cidades com manifestações marcadas. Fã-clubes de artistas nacionais e internacionais como Beyoncé, Dua Lipa e Billie Eilish divulgaram os atos e também se manifestaram nas redes sociais a favor da PEC.
PEC só avançou após pressão popular
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) embarcou na proposta. Ela conseguiu assinaturas necessárias para protocolar a PEC na quarta (13). O documento foi submetido pela parlamentar em maio deste ano, mas engatinhava para obter apoio. O reforço só foi possível após a cobrança da sociedade nas redes sociais.
Há críticas ao projeto como está redigido hoje. Deputados afirmam que para o texto avançar na Câmara será preciso defender a escala 5×2 ao invés da escala 4×3, como está previsto na proposta de Erika. Os parlamentares também dizem que é preciso criar mecanismos para garantir que os pequenos empresários não sejam impactados com as mudanças.
Proposta é “bastante prejudicial” aos trabalhadores, diz Campos Neto. Segundo o presidente do Banco Central, a PEC vai aumentar o custo do trabalho e a informalidade no país. “A gente vai continuar avançando essas reformas e entender que, no final das contas, aumentando a obrigação dos empregadores, a gente não melhora os direitos dos trabalhadores.”
Projeto ainda não foi protocolado. Apesar de ter as assinaturas necessárias, Erika afirmou que tem obtido apoio de outros parlamentares. “Estamos felizes com a repercussão dentro da Câmara, com deputados nos procurando e assinando nossa PEC, que é um texto para dar dignidade e qualidade de vida ao trabalhador brasileiro”, disse.
*Com informações do UOL