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‘Duna: Parte 2’ é ficção científica e a prova de que o espetáculo visual também é político

Denis Villeneuve entrega uma sequência monumental que eleva ainda mais a grandiosidade da adaptação do romance de Frank Herbert. Em “Duna: Parte 2”, em cartaz nos cinemas da região, os aspectos políticos se entrelaçam habilmente com o messianismo, criando um discurso pertinente sobre religião, fé e poder.

A trama retoma exatamente de onde o primeiro filme parou, proporcionando uma continuidade fluída e essencial para compreender a complexidade da história. Nesta parte, os Fremen assumem o protagonismo, destacando-se a figura de Chani, interpretada por Zendaya, cujo romance com Paul Atreides se torna central.

Villeneuve enriquece o espetáculo visual, transformando as areias do deserto em um elemento vibrante e cheio de vida. Os conflitos éticos se intensificam, enquanto os personagens ganham profundidade, tornando a trama densa e cativante, reminiscente das grandes narrativas de ficção científica.

O diretor utiliza o conflito interno de Paul em relação à sua profecia messiânica como eixo central, explorando a tensão entre tradição e modernidade, fé e razão. Esta abordagem não apenas enriquece a narrativa, mas também lança luz sobre questões contemporâneas de poder e manipulação.

No entanto, Villeneuve parece contradizer sua própria visão ao enfatizar demais os diálogos, em detrimento da cinematografia e da narrativa visual. Apesar disso, “Duna: Parte 2” se destaca pela sua grandiosidade e impacto emocional, preenchendo uma lacuna no cenário cinematográfico contemporâneo com uma história épica que ressoa com o público amplo.

Em suma, “Duna: Parte 2” é uma conclusão épica que, apesar de alguns tropeços, eleva o gênero da ficção científica ao explorar temas políticos e filosóficos de forma envolvente e visualmente deslumbrante.