Cidades verticais: Macaé é a cidade da região com mais moradores em prédios
Levantamento feito pelo Portal Goytacazes mostra que Macaé é, de longe, a cidade do Norte Fluminense com mais moradores vivendo em edifícios: 19,1% dos habitantes. Campos, por exemplo – que tem o dobro da população de Macaé – tem 11,28%. É o que mostram os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. Os dados são importantes para a formulação de políticas públicas que envolvem desde transporte e mobilidade até infraestrutura de saneamento básico.
O percentual campista é o mesmo de Itaperuna, no Noroeste Fluminense, onde vivem cinco vezes menos pessoas do que Campos. Niterói, por exemplo, com a mesma densidade demográfica que Campos, tem 40,2%, um dos maiores índices do estado, acima do Rio de Janeiro (36%). Uma das explicações é a extensão territorial campista, sendo o maior município, neste quesito, do estado – mais até do que a capital.
Outras curiosidades é que o adensamento de São Fidélis (5,6%), comparativamente a cidades como Quissamã (1,74%) e São João da Barra (1%). São Francisco de Itabapoana tem a menor da região (0,46%).
Cidades mais verticais do Brasil
Pela primeira vez na história, três cidades brasileiras (Santos, Balneário Camboriú e São Caetano do Sul) já têm mais da metade de sua população morando em apartamentos. Os dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que, em Santos (SP), 63% dos moradores residem em prédios. Em Balneário Camboriú (SC), esse percentual é de 57%. Já em São Caetano do Sul, a proporção é de 50,7%.
Outras cidades já têm mais de um terço de sua população morando em apartamentos. É o caso de Vitória (ES), com 45%; Porto Alegre (RS), com 42%; Viçosa (MG), com 41%; São José (SC), com 41%, Niterói (RJ), com 40% e Itapema (SC) e Florianópolis (SC), ambas com 38%.
Chama a atenção o fato de Balneário Camboriú (SC) ser uma das cidades mais verticais do país, já que não é uma cidade grande nem está numa região metropolitana.
Santa Catarina é o exemplo mais notável do boom imobiliário do litoral de Santa Catarina, onde as cidades têm lançado vários espigões, ampliado a faixa de areia nas praias e se beneficiado do frenesi de turistas com a região.
Segundo Bruno Perez, técnico da área de coordenação de população e indicadores sociais do IBGE, os três municípios que têm mais da metade dos moradores residindo em apartamentos já haviam registrado expansão semelhante no Censo de 2010.
E há certas particularidades que explicam percentuais tão elevados de pessoas morando em prédios:
— Santos fica situado na ilha do município de São Vicente, e a área continental não é muito urbanizável, e já se esgotou o espaço de crescimento. Já São Caetano do Sul é uma área relativamente pequena, mas muito inserida na dinâmica (da cidade) de São Paulo. Inclusive, está mais próximo ao centro de São Paulo do que muitos bairros do município. E, assim como as principais áreas, lida com o adensamento e verticalização elevada — explica Perez.
Tendência global
O aumento de moradores em apartamentos é uma tendência que tem atravessado o país nas últimas duas décadas e faz parte de um fenômeno global. O adensamento urbano, ou seja, aumento da população nas grandes cidades, favorece o processo de verticalização.
Hoje 12,5% dos brasileiros moram em apartamentos, segundo os dados mais recentes de 2022. Em 2010, doze anos antes, esse percentual correspondia a 8,46% da população. Já a proporção de moradores em casas caiu de 89,4%, segundo o Censo 2010, para 84,78%, conforme o Censo 2022.
*Com informações dO Globo