Carreteiros cruzam os braços após bloqueio em vias de acesso ao Porto do Açu
Motoristas de carretas de diversas regiões do Brasil enfrentam dificuldades para acessar o Porto do Açu, em São João da Barra, devido à interdição da Estrada dos Ceramistas (RJ-238) para obras. Desde esta segunda-feira (10), eles estão parados em Campos há mais de 12 horas, aguardando alternativas de trânsito. Um decreto municipal proibiu o tráfego de veículos pesados pelas vias urbanas da cidade, visando proteger os moradores e evitar danos ao solo. A Guarda Civil Municipal tem oferecido suporte aos caminhoneiros, distribuindo água e orientando sobre locais para refeição, enquanto espera pela liberação parcial da estrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
O comandante da Guarda Civil Municipal de Campos, Wellington Levino, destacou que cerca de 15 caminhoneiros estão parados na Avenida Arthur Bernardes, enquanto outros permanecem em postos de combustíveis na BR-101 ou sequer iniciaram suas viagens. Levino explicou que permitir o trânsito pesado nas áreas urbanas seria imprudente, especialmente com o aumento do fluxo causado pelo retorno às aulas. Além disso, ressaltou que as vias urbanas não foram projetadas para suportar o peso dos veículos de grande porte. O presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Álvaro Oliveira, lamentou a situação e criticou o DER por não atender ao pedido de abertura parcial da Estrada dos Ceramistas, apesar das evidências de pouca atividade no local das obras.
A Prefeitura de Campos informou que a proibição do tráfego para veículos acima de quatro eixos foi comunicada ao DER e ao Porto do Açu desde fevereiro. Segundo a nota oficial, problemas envolvendo a RJ-238 são recorrentes, com interdições anteriores em 2022 e 2023 devido a reformas e alagamentos. A prefeitura sugeriu ao DER a adoção do sistema Pare e Siga durante as obras, prática comum em rodovias movimentadas, mas não houve avanço nesse sentido. Por sua vez, o DER afirmou que o cronograma da pavimentação da RJ-238 segue até o final do primeiro semestre de 2025 e que as condições climáticas são determinantes para a conclusão dos trabalhos. O órgão também propôs a reabertura das vias urbanas como rota alternativa e se comprometeu a reparar possíveis danos causados pelo tráfego pesado após a conclusão das obras. Outra possível rota seria a Ponte da Integração entre São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, mas ela permanece inviável devido à falta de conclusão dos acessos necessários.