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Candidata plus size à Corte do Carnaval do Rio é ovacionada pela plateia e viraliza

Um vídeo da carioca Geórgia Chagas, de 21 anos, sambando no palco do concurso “Rei Momo e Rainha do Carnaval 2024”, organizado pela prefeitura e pela Riotur, viralizou na internet. Os registros da plateia ovacionando a passista foram reproduzidos em dezenas de perfis do Instagram que repercutem a cultura do Rio e atraíram comentários de milhares de pessoas sobre representatividade no carnaval carioca. Passista da escola Em Cima da Hora, da Série Ouro, ela se surpreendeu com a repercussão:

— Sou assistente de administração numa empresa de turismo. Até as pessoas que trabalham comigo descobriram. No ambiente profissional, eu não costumo comentar sobre minha função no carnaval porque tem gente que acha que pode sexualizar a mulher. Mas agora que o vídeo viralizou é um burburinho só! As pessoas dizem: “Caramba! A gente viu seu vídeo! Por que você não samba aqui”? A reação das pessoas fez surgirem comentários engraçados (risos). Fico feliz de muitas mulheres estarem se sentindo representadas. O carnaval é para todos. Entre as pessoas que trabalham e organizam a festa, há mulheres, homens e crianças diversos. É importante que todo mundo saiba disso e que as imagens não sejam só de corpos dentro do padrão. Não dá para esperar que as pessoas sejam sempre iguais.

Só no Instagram, o vídeo superou 200 mil visualizações. E o viral já se espraia também para Tik Tok e Twitter. Os registros de Geórgia Chagas levando a plateia do concurso a vibrar foram feitos na primeira fase da competição da Riotur, no dia 3 de agosto, e em uma semana se espalhou. Passista há oito anos da Em Cima da Hora, escola da Série Ouro do Carnaval, Geórgia conta que, antes do sucesso, sofreu com comentários de haters na internet e com olhares de não-aceitação.

— Poucos anos atrás, eu tive queimaduras ao cozinhar. Uma panela de óleo quente caiu sobre o meu peito e ficaram marcas. Eu me sentia péssima com comentários. As pessoas olhavam como se isso fosse uma anomalia. Fiz tratamento com psicóloga e aprendi que a gente não pode se esconder. Sou carioca, gosto de andar de short, de cropped… Isso faz parte da minha vida, da minha vivência. As pessoas acham que eu tenho que me esconder por conta de uma marca. E o empoderamento no carnaval também veio com persistência. Eu passava por situações difíceis, era expulsa da ala de passistas porque não me adequava a um corpo padrão. Até que o Mário Mendonça, presidente da minha escola, disse que um dia isso ia passar. Eu não desisti.

Geórgia faz parte do carnaval desde os 7 anos, quando integrava alas de passista mirim. Com o baque dos comentários negativos, ela tinha estabelecido a si mesma um prazo para se afastar do carnaval. Mesmo depois de passar pela Paraíso do Tuiuti, onde teve forças do produtor Alex Coutinho, e pela Mangueira, escola que ajudou em seu desenvolvimento artístico.

— Em 2023, quando desfilei na Mangueira, muitas pessoas falaram que um body que eu usei não era para o meu tamanho. Fiquei mal, me afastei das redes sociais por meses e estava prestes a desistir do carnaval. Tinha decidido desfilar pela última vez em 2024 para não deixar minha escola na mão. Até porque me colocaram como rainha da ala das passistas. Agora isso dá autoconfiança. E tenho certeza de que a decisão do júri vai ser difícil. No nosso concurso há muitas candidatas que sambam demais! — frisa.

Nesta quinta-feira (10), foi iniciada a segunda fase do concurso “Rei e Rainha da Corte do Carnaval”, da Riotur. Na competição, as 16 classificadas da primeira etapa serão avaliadas. A final será no dia 1º de setembro, com 10 finalistas. A primeira colocada vai integrar a Corte Real do Carnaval 2024 com a coroa de Rainha, e a segunda e terceira escolhidas pelo júri e por meio do voto popular serão coroadas Princesas.

Geórgia faz parte do carnaval desde os 7 anos, quando integrava alas de passista mirim. Com o baque dos comentários negativos, ela tinha estabelecido a si mesma um prazo para se afastar do carnaval. Mesmo depois de passar pela Paraíso do Tuiuti, onde teve forças do produtor Alex Coutinho, e pela Mangueira, escola que ajudou em seu desenvolvimento artístico.

— Em 2023, quando desfilei na Mangueira, muitas pessoas falaram que um body que eu usei não era para o meu tamanho. Fiquei mal, me afastei das redes sociais por meses e estava prestes a desistir do carnaval. Tinha decidido desfilar pela última vez em 2024 para não deixar minha escola na mão. Até porque me colocaram como rainha da ala das passistas. Agora isso dá autoconfiança. E tenho certeza de que a decisão do júri vai ser difícil. No nosso concurso há muitas candidatas que sambam demais! — frisa.

Fonte: Extra