Campos é o 2º município do RJ com maior população quilombola, aponta IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novos dados do Censo 2022. O levantamento contempla, pela primeira vez, o recenseamento da população quilombola brasileira. De acordo com o IBGE, o estado do Rio possui atualmente 20.344 quilombolas vivendo em 37 de seus 92 municípios. Campos, ocupa a segunda posição no ranking, são 3.083 pessoas da comunidade, o município está atrás somente de Cabo Frio que possui 1,4% da população autodeclarada quilombola. A população quilombola do país é de 1.327.802 pessoas, ou 0,65% do total de habitantes.
Essa é a primeira vez na história que o órgão federal realiza o recenseamento da população quilombola brasileira. Em todo o país, os recenseadores visitaram quase 6 mil comunidades quilombolas em mais de 1,6 mil municípios.
Ocupando a primeira posição no ranking de municípios do Estado, Cabo Frio possui a maior população quilombola, são 3.137 integrantes do grupo, o que representa 1,4% da população.
Em Campos são 3.083 pessoas que se identificam com a comunidade. Na terceira posição, a capital do estado conta com 2.866 quilombolas. Com mais de 6 milhões de moradores, o Rio tem apenas 0,05% de sua população considerada quilombola.
Segundo o IBGE, o ranking dos cinco municípios do estado com o maior número de quilombolas conta também com a cidade de Magé e Búzios na Região dos Lagos. Em todo o estado, 55 municípios não possuem representantes da comunidade quilombola em seus territórios.
O Censo também mostrou que os Territórios Quilombolas oficialmente delimitados abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas, ou 12,6% do total de quilombolas do país. Destaca-se, ainda, que apenas 4,3% da população quilombola reside em territórios já titulados no processo de regularização fundiária.
“Com essa divulgação, o IBGE atende a uma demanda histórica da sociedade brasileira, dos órgãos governamentais e dos movimentos sociais. Conhecer o número de pessoas quilombolas e como elas se distribuem pelo país, no nível de municípios, vai orientar políticas públicas de habitação, ocupação, trabalho, geração de renda, e regularização fundiária”, declara Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.
Mais sobre a pesquisa
O Censo 2022 investigou pela primeira vez o pertencimento étnico quilombola de pessoas residentes em localidades quilombolas. Este levantamento apresenta um conjunto inédito de informações básicas sobre pessoas quilombolas residentes no País, sobre domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador quilombola e, ainda, domicílios localizados em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados. Os dados estão detalhados por Unidades da Federação, Municípios, Amazônia Legal e Territórios Quilombolas oficialmente delimitados.
*Com informação do IBGE