Bienal: Conceição Evaristo fala sobre cultura e leitura negras na Arena Jovem
A escritora Conceição Evaristo, de 78 anos, foi a convidada mais esperada desse domingo (1°), na 12ª Bienal do Livro de Campos, no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). Junto de Eliana Alves Cruz, Conceição participou da mesa “Afrodescendência, cultura e literatura negras”, mediada por Neusinha da Hora, na Arena Jovem, que ficou lotada.
No encontro, as duas escritoras – cujas obras refletem não somente a história dos negros no Brasil, mas examinam, por meio de suas ficções como essa cultura está impregnada no nosso cotidiano – falaram sobre a importância da luta de um escritor para a concretização da publicação de seus escritos.
“Existe uma africanidade latente na nacionalidade brasileira, pela qual caminha a nossa literatura. Lutamos pelo reconhecimento, não só como escritoras, mas como intelectuais, porque, se formos pensar a intelectualidade a partir de sujeitos que pensam a sua vida própria, que pensam a vida da sua comunidade, que pensam a vida da nação, eu acho que a gente sempre fez isso”, afirmou Conceição Evaristo.
Eliana Alves Cruz falou diretamente aos que sonham com o ingresso na carreira de escritor. “Não se pode ser motivado somente pela consequência do holofote, da mídia, porque você tem algo a dizer, você acredita que tem algo a dizer ao mundo. Então, é isso que vai te dar força na hora das derrotas, dos nãos que você vai receber, e isso que vai te dar força, na jornada. Então, acredite no que você faz, se não é um clichê, é uma verdade. Escreva, simplesmente escreva”, pontuou.
Depois da interação com o público, Conceição e Eliana autografaram suas obras. As escritoras receberam os cumprimentos da presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Fernanda Campos e da curadora da Bienal, Suzana Vargas.