Advogado que defendia filho que atropelou a mãe abandona o caso; registros apontam que ela era vítima de violência há 10 anos

Em um comunicado nas redes sociais, o advogado Márcio Marques informou que se retirará da defesa de Carlos Eduardo, estudante de medicina acusado de atropelar a própria mãe em um episódio investigado como possível feminicídio. Marques mencionou que sua decisão foi motivada por razões de “foro íntimo” e destacou que a divisão entre familiares de Carlos Eduardo pesou em sua escolha de renunciar ao caso.

Nesta quinta-feira, o delegado da 146ª Delegacia de Guarus, Carlos Augusto, declarou que a Policia Civil encontrou registros de ocorrências por agressão a Eliana Tavares, cometidos por seu filho, Carlos Eduardo Aquino e o pai dele, Eduardo Aquino. Ela era vítima de violência de agressões físicas e ameaças há mais de 10 anos. Em um dos registros, ela aparece como vítima de socos, chutes e pontapés desferidos pelo filho e o pai. Há ainda uma denúncia anônima afirmando que a mulher teria sido mantida em cárcere privado.

Durante a semana, Marques havia dito que, se houvesse indícios de intenção de matar, ele deixaria a defesa. O advogado foi informado de que as investigações ainda estão em andamento, com testemunhas a serem ouvidas e diligências a serem feitas, além de as imagens do incidente não serem conclusivas até o momento.

Marques explicou que a polarização entre os parentes de Carlos Eduardo é um fator significativo em sua saída, mencionando que foi procurado pelo pai do estudante logo após o incidente para representá-lo na delegacia e na audiência de custódia. Ressaltou ainda que normalmente trabalha com a assistência a vítimas e suas famílias, seguindo o que considera sua vocação profissional.