Esporte

Dono do Botafogo, John Textor tem “aproximação estratégica” com a Ferj

Nem apenas de contratações e busca de jogadores vive John Textor nesse período do ano. Desde o fim do ano passado, o proprietário da SAF do Botafogo tem feito uma “aproximação estratégica” com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), entidade máxima do futebol carioca.

A relação entre clube e federação nem sempre foi das melhores. Em 2022, o norte-americano, ainda nas primeiros semanas oficiais como dono da SAF, se revoltou com a arbitragem e afirmou que o Carioca “seria um bom torneio para o time B” do Botafogo no ano seguinte.

No início de 2023, o plano inicial do empresário era fazer a pré-temporada na Flórida, nos Estados Unidos, e jogar o Estadual com o time de aspirantes, mas a CBF mudou o regulamento de classificação para a Copa do Brasil, colocando que a vaga seria a partir do desempenho via estaduais, “obrigando” o Botafogo a ir com força máxima.

As brigas, porém, ficaram para trás. Textor levantou a bandeira branca para Rubens Lopes, presidente da Ferj, na reta final do Brasileirão do ano passado, período em que justamente foi processado por Ednaldo Rodrigues, mandatário da CBF, pelas declarações feitas na derrota para o Palmeiras, em novembro do ano passado.

Mudança de postura
Diante dos problemas com Ednaldo, Textor buscou a “reaproximação estratégica” com Rubens Lopes e, consequentemente, a Ferj.

A SAF Botafogo tem um advogado próprio, André Alves, mas Textor contratou Luciana Lopes, filha de Rubens, para assumir seu caso nas denúncias em processo movido por Ednaldo no STJD em julgamento no começo de dezembro.

André Mazzuco, Vinícius Assumpção, Adryelson, Carli e Patrick de Paula, também denunciados por episódios que ocorreram contra o Palmeiras, foram representados pelo funcionário do clube.

A postura “mais política” de Textor busca apaziguar problemas antigos. O norte-americano até se encontrou pessoalmente com Rubens Lopes em ocasiões fora de jogos e reuniões da Ferj – o mandatário da federação, inclusive, acompanhou o julgamento do empresário no STJD.

O fato mais recente que exemplifica essa parceria foi que a instituição contratou a Good Game!, empresa francesa especializada em checar jogos e fazer análises de lances de arbitragem, para avaliar os jogos do Campeonato Carioca 2024.

O contato entre Good Game e Ferj aconteceu porque John Textor trouxe a empresa à tona ao Brasil no ano passado, após a divulgação de um estudo que apontava possíveis erros de arbitragem no Brasileirão.

Rubens procurou representantes do Botafogo no fim de 2023 para saber mais detalhes sobre a empresa francesa e a forma de trabalho. Houve um sinal positivo e a Good Game! foi contratada.

Internamente, o norte-americano considerou a chegada da GG! ao Campeonato Carioca como uma vitória. Ele gastou mais de 100 mil dólares (R$ 488 mil, na cotação atual) para produzir uma série de relatórios de jogos do Brasileirão.

Os dois se aproximaram também nos temas relativos as eleições para o possível novo presidente da CBF. Ednaldo Rodrigues havia sido destituído do cargo no começo de dezembro, mas retornou ao cargo em 4 de janeiro por uma decisão do STF.

Fonte: ge