‘Golpe do 0800’: veja quatro estratégias usadas por bandidos para abordar vítimas
Recebeu uma mensagem avisando sobre uma transição suspeita de valor alta em seu nome, e pedindo que entre em contato com uma suposta central de atendimento para resolver a questão? Cuidado, pode se tratar de um golpe. Criminosos voltaram a cometer o crime da falsa central telefônica, para persuadir as vítimas a fornecerem dados pessoais em uma ligação.
O contato inicial dos bandidos pode ser via SMS ou por meio de aplicativos de mensagem, usando o nome de uma instituição financeira. No texto, aparece um número 0800, que supostamente seria uma central telefônica. A técnica visa a conferir maior credibilidade.
Veja a estrutura das mensagens enviadas:
“Compra aprovada em um determinado valor em alguma loja do varejo conhecida. Dizem que para confirmar, o cliente deve digitar o número 1, mas que caso desconheça a transação, o consumidor deve ligar para uma central de 0800”.
Durante a ligação da vítima, o golpista diz que a transação está em análise e que, por isso, ainda não aparece na fatura do cliente. Então, solicita informações confidenciais, como senhas e números de cartões, e até induz a pessoa a realizar transações financeiras para regularizar o problema.
Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), conta que as instituições financeiras podem ligar para clientes a fim de confirmar compras, mas nunca pedem dados como senhas, tokens e outros dados pessoais em ligações. Também não pedem transferências ou Pix ou qualquer tipo de pagamento para regularizar problemas na conta.
— O cliente nunca deve fazer ligações para números de telefone (0800) recebidos via SMS ou por outras mensagens. Os bancos nunca ligam para fazer um estorno de transação por meio de um telefonema. Desligue se pedirem para digitar senha ou qualquer dado em seu aparelho de telefone. Ao receber uma ligação suspeita, desligue e de outro telefone, ligue para os canais oficiais de seu banco — orienta.
Como essa iniciativa, atualmente, cerca de 70% das tentativas de golpes têm origem na engenharia social, ou seja, não estão relacionados a brechas no sistema tecnológico dos bancos. A própria vítima é convencida pelos golpistas a fornecer seus dados ou fazer transferências. Por isso, é importante ficar atento a comportamentos suspeitos.
Vencimento de milhas é tema
Mas não é só uma compra suspeita que os bandidos usam para convencer vítimas a entrarem em contato com uma falsa central de atendimentos. Há casos de mensagens que alegam que a pessoa foi selecionada para receber um prêmio. Outro artifício é afirmar que as milhas ou pontos do cartão estão vencendo. O cliente é então orientado a ligar para a falsa central ou acessar um link fraudulento a fim de não perder a vantagem. Na ligação ou no site, são solicitados dados bancários e pessoais.
Outra variante do golpe é quando afirmam que a conta da vítima está sendo fraudada por um funcionário do próprio banco e que é necessário transferir o valor para uma chave ou uma conta segura. Quando o cliente faz a transferência, porém, está enviando dinheiro para a conta de um golpista.
Para confirmarem que o golpe será concluído com sucesso, os bandidos chegam a antecipar para a vítima que o banco pode ligar para confirmar essa situação suspeita, e, que nessa ligação, ele precisa confirmar e dizer que está fazendo um investimento ou uma operação particular, para a transação ser concluída. A Febraban reforça, no entanto, que esse comportamento é suspeito e sinal de golpe.
Fonte: Extra