Churrasco garantido: carne tem maior queda de preço em cinco anos; veja as mais baratas em Campos
O churrasco é uma das refeições mais apreciadas pelos brasileiros, especialmente em feriadões como este. E depois de períodos tenebrosos, voltou a registrar aumento no consumo e quedas de mais de 10% nos preços – a maior desde 2018 -, graças a diversos fatores que vão desde melhores preços dos insumos à melhoria das relações diplomáticas do Brasil com a China, por exemplo. Por isso, o Portal Goytacazes traz uma pesquisa para ajudar o leitor a encontrar as melhores opções nos principais mercados de Campos, com direito a Picanha na faixa dos R$ 30 e variações de mais de R$ 10 na Alcatra. Confira!
O quilo da Alcatra está saindo a R$ 26,90 no Extra, enquanto no Hortifruti está R$ 39,90. Já a Alcatra com Maminha está R$ 25,28 no Super Bom e R$ 33,99 no Green, enquanto a Maminha sai a R$ 31,90 no Extra.
Quem prefere Fraldinha encontra por R$ 23,99 na Rede Super Líder, R$ 25,90 no Extra e R$ 27,99 no Supermercado São Bento – onde, por outro lado, se encontra o melhor preço do Contra Filé: R$ 31,99, contra R$ 39,90 no Extra.
Já a boa e velha Picanha, que chegou a bater os R$ 80 nos últimos anos, hoje é possível adquirir por menos de R$ 40: R$ 37,90 no Carrefour e R$ 39,90 no Super Bom. Mas é preciso pesquisar: no Extra, por exemplo, sai a R$ 44,90.
Por que a carne bovina ficou mais barata?
Existem vários fatores que influenciam o preço da carne bovina, como a oferta e a demanda, os custos de produção, os impostos, o câmbio, o clima, as exportações e as importações. Em 2023, alguns desses fatores contribuíram para a queda no preço da carne, como:
- Aumento da oferta: A produção de carne bovina no Brasil está estimada em aproximadamente 10,6 milhões de toneladas em 2023, um aumento de 4% em relação a 2022, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Esse aumento se deve principalmente ao abate de fêmeas, que cresceu 7% no primeiro semestre de 2023, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa que os produtores estão reduzindo o rebanho e liberando mais animais para o mercado.
- Redução da demanda e diplomacia: A demanda por carne bovina também diminuiu em 2023, principalmente por causa da crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. Com o desemprego alto e a renda baixa, muitos consumidores optaram por substituir a carne bovina por outras proteínas mais baratas, como a carne suína e a de frango. Além disso, as exportações de carne bovina também caíram em 2023, principalmente para a China, que reduziu suas compras do Brasil por causa de questões sanitárias e diplomáticas.
- Redução dos custos: Outro fator que ajudou a baixar o preço da carne bovina foi a redução dos custos de produção. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o custo operacional efetivo da pecuária de corte caiu 1,5% no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Isso se deve principalmente à queda nos preços dos insumos, como o milho e o farelo de soja, que são usados na alimentação dos animais.
A queda no preço da carne bovina não foi uniforme para todos os cortes. Alguns ficaram mais baratos do que outros, dependendo da preferência dos consumidores e do mercado externo. Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os cortes que mais diminuíram de preço no acumulado deste ano foram:
- Alcatra: -11,50%
- Filé-mignon: -10,17%
- Contrafilé: -10,17%
- Acém: -8,49%
- Picanha: -7,88%
Esses cortes são considerados nobres e têm uma maior demanda no mercado interno. Por isso, eles foram mais afetados pela redução do consumo das famílias brasileiras. Já os cortes mais populares e usados no churrasco, como a costela e a maminha, não tiveram uma queda tão expressiva de preço.
Como o consumo de carne bovina mudou?
Apesar da queda no preço da carne bovina, o consumo per capita dessa proteína ainda não voltou aos níveis pré-pandemia. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a disponibilidade per capita da proteína bovina deve chegar a 30,4 quilos por habitante neste ano, após cinco anos de queda. A alta, de 8,1% em relação a 2022, retoma o volume do período pré-pandemia.
No entanto, esse aumento no consumo não significa que os brasileiros estão comendo mais carne bovina. Na verdade, eles estão aproveitando a queda no preço para comprar cortes mais nobres e de melhor qualidade. Ou seja, eles estão trocando quantidade por qualidade.
Além disso, o consumo de carne bovina ainda é menor do que o de outras proteínas animais, como a carne suína e a de frango. Somados os três principais tipos de proteína animal consumidos pelos brasileiros, a bovina, a suína e a de frango, o consumo per capita atingirá 100,2 quilos por habitante ao ano — o segundo maior índice já registrado, inferior apenas ao de 2013.
*Com informações do R7