Região tem a melhor e a pior cidade com desenvolvimento sustentável do Rio; saiba quais
Reportagem exclusiva do Portal Goytacazes aponta que o Norte Fluminense tem as cidades com o melhor e o pior nível de desenvolvimento sustentável, segundo levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis, que lançou no domingo (6/8) o relatório com o IDSC (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades).
O IDSC avalia 100 indicadores para definir o desempenho das cidades no cumprimento dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU em 2015. Entre eles estão erradicação da pobreza e da fome, promoção de saúde, educação e saneamento e redução de desigualdades. A meta deve ser cumprida pelos países até 2030.
No Estado do Rio, Quissamã ocupa a primeira posição, e a 117 do país. Com nível médio geral, a promoção do uso de energias renováveis foi um dos destaques, enquanto a falta de infraestrutura puxou o índice para baixo. Já São Francisco de Itabapoana é a última do ranking estadual – com um dos piores índices do Brasil, figurando em 5027 entre os 5568 municípios brasileiros. Com nível geral muito baixo, o único ponto positivo foi a coleta de lixo regular. Crescimento econômico, violência e falta de saneamento básico foram alguns dos pontos negativos.
Entre as demais cidades do Norte Fluminense, São João da Barra, de nível médio, é a 26 no estado e a 1270 no Brasil, com destaque para saúde e saneamento; Campos está em 35 e 1619, devido quesitos mal avaliados como educação de qualidade e falta de infraestrutura; e Macaé em 42 e 1954, devido à insegurança pública e falta de proteção às vidas marinha e terrestre. Ambas as cidades têm nível baixo de desenvolvimento sustentável.
Entre as melhores cidades fluminenses estão ainda Niterói, em segundo estadual e em 291 no país; e Miguel Pereira, terceira no estado e 472 no Brasil. Niterói, inclusive, é uma das quatro cidades do Estado – ao lado da capital, Três Rios e Itatiaia – signatárias do Programa Cidades Sustentáveis (PCS), uma agenda de sustentabilidade urbana que incorpora as dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural no planejamento municipal. O Rio ocupa a posição 12 do Estado e a 913 do país. O ranking nacional é majoritariamente ocupado por cidades de São Paulo.
Mais de 70% do país com nível baixo
Sete em cada dez municípios brasileiros apresentam nível baixo ou muito baixo de desenvolvimento sustentável. Menos de 1% dos municípios atingiu alto nível de desenvolvimento; nenhum muito alto.
Em todo o país, 3.970 cidades — 71% do total — foram avaliadas com nível baixo ou muito baixo de desenvolvimento. Segundo o relatório, 625 municípios apresentaram índice muito baixo. Nenhum município brasileiro registrou nível muito alto de desenvolvimento. Além disso, o nível de desenvolvimento da maioria das cidades brasileiras retrocedeu ou ficou estagnado nos últimos sete anos.
“O que aconteceu nos últimos sete anos foi um retrocesso em muitas áreas: o país voltou ao mapa da fome, aumentou o desemprego. Ao mesmo tempo, segue com uma violência muito grande, problemas na educação e saúde. Isso é refletido nos dados”, disse Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis.
Ele destaca que há desafios também para o cumprimento das metas de educação — como a retenção dos alunos no ensino médio —, climáticas e de equidade de gênero e violência contra a mulher. Neste último, os índices estão muito baixos e distantes dos objetivos fixados pela ONU. Segundo ele, questões ligadas à pobreza e à fome mostram que o Brasil ainda tem muito a avançar. “Não tem muita justificativa um país tão rico ter esses problemas que a gente tem.”
Como é feita a classificação
O índice varia de 0 a 100, conforme são avaliados os indicadores de todas as áreas. A classificação segue o seguinte conceito:
- 0 a 39,99 – Desenvolvimento muito baixo
- 40 a 49,99 – Desenvolvimento baixo
- 50 a 59,99 – Desenvolvimento médio
- 60 a 79,99 – Desenvolvimento alto
- 80 a 100 – Desenvolvimento muito alto
*Com informações do UOL