Cidades

Manguezais do Rio estocam o equivalente a R$ 500 milhões em créditos de carbono, aponta estudo inédito

Um projeto pioneiro no Brasil, nascido no Rio. Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria à Enauta, avaliou a contribuição das florestas de mangue do estado para reduzir os impactos do aquecimento global. O que descobriram, depois de dois anos de estudos, é uma riqueza: os manguezais fluminenses estocam um total de 6,88 milhões de toneladas de carbono, na área ocupada de mais de 14,7 mil hectares – o equivalente a mais de 14 mil campos de futebol. Em termos de comparação, o estoque somaria mais de meio bilhão de reais em créditos de carbono.

O estudo foi liderado pelo professor Mário Soares, coordenador do Núcleo de Estudos em Manguezais (NEMA), com a participação de 18 pesquisadores, que contabilizaram de maneira minuciosa a quantidade de carbono estocada em todas as florestas de mangue do estado. Eles também analisaram o papel das unidades de conservação costeiras em conter o processo de degradação dos manguezais fluminenses e, consequentemente, na retenção de carbono.

— O projeto Mangues do Rio é um marco nos estudos acerca do papel dos manguezais, pois além da quantificação do carbono, faz um diagnóstico do nível de conservação desse ecossistema nas últimas quatro décadas, analisa o papel das unidades de conservação e estima o valor monetário do carbono armazenado — diz o pesquisador Mário Soares.

Movimento global em defesa do mangue

O Rio também é pioneiro em outra iniciativa: é o primeiro do país a aderir à Aliança Global pelo Mangue. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pela Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Por meio de ações de manejo, conservação e restauração, as áreas de manguezais de 19 municípios litorâneos serão beneficiados.

— Ainda este ano, iremos investir cerca de 10 milhões de reais em ações adicionais para a restauração de manguezais no estado do Rio de Janeiro — anunciou o vice-governador e secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

Globalmente, a iniciativa tem a meta de garantir a proteção de 15 milhões de hectares de manguezais até 2030 e investimento de US$ 4 bilhões. Dentre os diversos atores envolvidos, estão a WWF, o Fórum Econômico Mundial, o Governo do Reino Unido e a Universidade de Queensland.

Dia do Manguezal com ação de limpeza na APA da Cehab, em SJB

Dia do Manguezal com ação de limpeza na APA da Cehab

A Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos de São João da Barra promoveu nesta terça-feira, 26, uma ação de limpeza no mangue que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) da Cehab, em Atafona, recolhendo mais de 600 quilos de resíduos. A data lembra o Dia do Manguezal, um dos ecossistemas mais ricos e importantes do planeta.

A iniciativa tem como objetivo fortalecer o compromisso com a preservação dos manguezais em São João da Barra, contribuindo para a manutenção da qualidade dos ecossistemas locais e garantindo um ambiente mais saudável para as espécies que vivem no local.

A ação contou com parceria da Defesa Civil Municipal.A secretária de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo, reforça que ação de limpeza é uma demonstração prática do zelo pelo patrimônio ambiental e pelo bem-estar dos cidadãos. “Essa ação representa um importante passo para cuidar do nosso ecossistema, garantindo que o manguezal continue a cumprir seu papel vital na promoção da biodiversidade e na proteção de nossas comunidades costeiras”, enfatiza.

Fontes: Ascom e Jornal O Globo