Maio Laranja: importância da denúncia no combate à violência sexual infantojuvenil
O mês de maio é marcado por uma das campanhas mais relevantes do calendário nacional: o Maio Laranja, dedicado à conscientização e ao combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O ponto alto da mobilização acontece no dia 18, com o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil. Em Campos, esse compromisso com a proteção da infância é colocado em prática por meio do trabalho do Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de Violência (CAAC), que funciona no Hospital Ferreira Machado (HFM).
O CAAC é a primeira unidade do interior do estado e a segunda do Rio de Janeiro com essa proposta de atendimento integral e humanizado. Fruto de uma parceria entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o município e o Estado, o centro funciona todos os dias da semana, reunindo em um só local assistência médica, apoio psicológico, atendimento social, perícia e registro policial. A equipe multidisciplinar é formada por pediatras, psicólogos, assistentes sociais, médicos legistas e policiais civis, assegurando que as vítimas recebam cuidado completo e sigiloso.
De janeiro a abril deste ano, o CAAC já realizou 51 atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de violência. E apenas no mês de maio outras sete ocorrências foram registradas. Números que evidenciam a urgência de discutir e fortalecer políticas públicas voltadas à proteção infantojuvenil.
“O Maio Laranja é um chamado à responsabilidade coletiva para proteger nossas crianças e adolescentes da violência sexual. O CAAC vem se mostrando um serviço essencial para facilitar o acesso da vítima ao atendimento especializado e contribuir como referência para ampliação do registro de denúncias. Que a campanha nos inspire a sermos a voz que rompe o silêncio e põe fim à violência”, enfatizou a promotora de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e Juventude, Anik Rebello Assed Machado.
A primeira-dama do município, Tassiana Oliveira, reforça que o enfrentamento à violência exige ação direta, articulação entre os órgãos e o envolvimento de toda a sociedade.
“Hoje, mais do que nunca, é preciso levantar a voz por quem ainda não pode pedir ajuda. Como primeira-dama, mulher, mãe, cidadã de Campos e também estudante de Serviço Social, eu não posso e não vou me calar diante dessa triste realidade. Só neste ano, mais de 50 crianças foram atendidas no CAAC. São vidas que carregam marcas profundas e que precisam ser reconstruídas com dignidade, cuidado e políticas públicas eficazes. Ter esse equipamento ativo em nosso município é a prova do compromisso que temos com a proteção da infância. Do lugar onde estou na gestão, na sala de aula e na escuta do dia a dia, vejo o quanto é urgente garantir que cada criança seja ouvida, acolhida e protegida. Seguiremos firmes: fortalecendo a rede, unindo forças e construindo uma Campos onde a infância seja prioridade. Denunciar é um ato de amor. Proteger é responsabilidade de todos nós”, afirmou.