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Black Mirror retorna à essência em sétima temporada repleta de nostalgia e inovação

A sétima temporada de Black Mirror estreou na Netflix com seis episódios inéditos, marcando um retorno ao espírito original da série criada por Charlie Brooker. A nova leva de capítulos mantém o formato antológico, apostando em histórias independentes que exploram os limites da tecnologia e suas consequências sociais, mas surpreende ao apresentar, pela primeira vez, uma continuação direta de um episódio anterior: “USS Callister: Into Infinity”, sequência do aclamado episódio da quarta temporada.

A temporada foi recebida com entusiasmo tanto pela crítica quanto pelo público, elogiada pela mistura de gêneros e pelo equilíbrio entre episódios perturbadores, emocionantes e até mesmo cômicos. Charlie Brooker destacou em entrevistas que buscou resgatar o tom das primeiras temporadas, combinando ficção científica com comentários sociais afiados. Dois dos episódios têm duração de longa-metragem, aprofundando ainda mais o desenvolvimento das tramas e dos personagens.

O elenco desta temporada reúne nomes de peso, como Cristin Milioti, Will Poulter, Paul Giamatti, Emma Corrin, Awkwafina e Rashida Jones, além de participações especiais que reforçam a conexão com capítulos anteriores. O episódio final, “USS Callister: Into Infinity”, traz de volta Cristin Milioti e Jimmi Simpson em uma trama que explora as consequências da morte de Robert Daly e o destino da tripulação de clones, agora fugitivos em um universo digital hostil.

Entre os destaques da temporada estão episódios como “Pessoas Comuns”, que aborda o uso de tecnologia para prolongar a vida a qualquer custo, e “Eulogy”, em que um sistema inovador permite reviver memórias com pessoas falecidas, levantando questões sobre luto e privacidade. “Hotel Reverie” e “Brinquedo” apostam em narrativas que brincam com nostalgia e referências à cultura pop, enquanto “Bête Noire” mergulha em tensões psicológicas dentro do ambiente corporativo.

Os fãs mais atentos se divertiram com a quantidade de easter eggs e referências a episódios clássicos, como a presença do hotel Juniper Lodge, uma homenagem a “San Junipero”, e o retorno da música “Anyone Who Knows What Love Is (Will Understand)”, já tradicional na série. Essas conexões reforçam o universo expandido de Black Mirror e agradam tanto novos espectadores quanto os mais antigos.

Apesar de algumas críticas pontuais a episódios considerados menos impactantes, a sétima temporada de Black Mirror se destaca pelo equilíbrio entre inovação e reverência ao passado. Ao revisitar temas centrais como identidade, memória e ética tecnológica, a série reafirma seu lugar como uma das antologias mais relevantes e provocativas da televisão contemporânea, deixando em aberto a promessa de novas histórias inquietantes para o futuro.