Economia

Eike Batista aposta em supercana em Quissamã com promessa de 12 mil empregos até 2028

Depois do Porto do Açu, em São João da Barra, Eike Batista aposta agora na produção de supercana em Quissamã, no Norte Fluminense. O projeto, que promete aumentar a produtividade na geração de etanol e biomassa, deve criar cerca de 12 mil empregos diretos a partir de 2028.

O empresário atuará como consultor, com a possibilidade de converter sua participação em ações no futuro. O investimento de aproximadamente US$ 500 milhões será liderado pelo Grupo BrasilInvest, de Mario Garnero, com aporte de investidores dos Emirados Árabes Unidos e dos Estados Unidos. O foco principal é a produção de etanol para aviação.

“A supercana tem uma fotossíntese mais eficiente e pode gerar até três vezes mais etanol por hectare, além de produzir 12 vezes mais biomassa”, afirmou Eike.

O Brasil, que já é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e o segundo maior de etanol, pode ganhar mais competitividade com a nova tecnologia. Segundo o empresário, o alto rendimento da planta permitirá que o preço do etanol fique no mesmo patamar do querosene, facilitando sua adoção no setor aéreo.

Uso da biomassa

Além do etanol, o bagaço da supercana será aproveitado para a produção de embalagens, talheres e canudos biodegradáveis, inicialmente fabricados em Dubai e nos Estados Unidos, com planos para expansão no Brasil.

A escolha de Quissamã para o plantio leva em conta sua proximidade com o Porto do Açu, que pode ser utilizado para exportação.

Base científica

A pesquisa que embasa o projeto é liderada pelo administrador Luis Carlos Rubio e pelo engenheiro agrônomo Sizuo Matsuoka, que se conheceram na Votorantim Novos Negócios (VNN) em 2002.

“Foram analisadas imagens de satélite e a composição do solo para identificar áreas viáveis no norte fluminense. Mapeamos 200 mil hectares, e o Porto do Açu foi um fator determinante para a escolha da região”, explicou Rubio.